Chegamos ao mês de março, mês que homenageia as mulheres pelas suas lutas e conquistas de direitos, no dia 8 é Dia Internacional das Mulheres e nesse mês, pensando nisso, quero trazer a reflexão a necessidade de incluirmos na nossa rotina tão corrida e apertada a importânciado autocuidado.
O autocuidado refere-se a tudo aquilo que fazemos para cultivar o nosso bem estar e qualidade de vida, sempre de forma responsável e com autonomia. Dessa forma isso pode significar um olhar para o corpo, mas também para a mente, ou seja, para o nosso próprio bem estar emocional.
A nossa cultura historicamente sempre colocou as mulheres na função de cuidadora, socialmente desempenhando papéis onde suas maiores responsabilidades eram cuidar da casa, filhos, marido. Com o passar tempo, os avanços e as inúmeras lutas por direitos iguais a mulher conseguiu ocupar outros espaços como o mercado de trabalho, com isso outras necessidades foram surgindo e as atribuições vêm se somando. Nos tempos atuais a busca por conciliar todas essas responsabilidades, cobranças sociais e desejos próprios, (sobre) viver se tornou um grande pesadelo para grande parte das mulheres que se vêem atualmente atoladas nas infinitas tarefas e não conseguem sequer pensar em olhar para si mesmas, seja pela falta de prática, herança de uma sociedade patriarcal ou por estar imersa nesse emaranhado de demandas inerentes a uma rotina de alguém que trabalha, estuda, administra um lar, tem um relacionamento, filhos e etc. Dessa nova forma de existir, contemporânea, onde estamos sempre cansadas e dopadas o nosso eu (ego) vai sendo sempre preterido por nós mesmas e pelas inúmeras “urgências” da vida cotidiana.
Bem, o final dessa história a gente já conhece, mulheres altamente adoecidas, sobrecarregadas, com sintomas de estresse, ansiedade, depressão, relacionamentos mal sucedidos, uso abusivo de álcool e/ou medicamentos, além dos sentimentos de baixa autoestima e frustração. Será que lutamos tanto para chegar até aqui?
É de extrema urgência que nós mulheres possamos olhar para dentro de nós mesmas e começarmos a exercitar esse olhar autocuidador, nos priorizando, nos escutando e cuidando tanto físico quanto do emocional e a melhor forma de começar é nós conscientizando. O autoconhecimento pode ser uma ferramenta e a psicoterapia um valioso espaço para isso, que auxiliará na condução desse caminho com os recursos necessários a todo processo de mudança. Olhar para dentro além de nos fazer enxergarmos abre espaço para tentativa de compreensão da dor do outro, nos aflora a empatia entendendo que o autocuidado pode e deve se estender ao cuidado com outras mulheres que estão a nossa volta e muitas na mesma situação, ser rede de apoio e ter rede de apoio é dar e receber cuidado e também viabiliza o próprio autocuidado. É nesse olhar para outro que a gente se identifica e reconhece o quanto é urgente se cuidar!
E por onde começar? Comece inserindo aos poucos no seu dia a dia pequenos hábitos saudáveis que lhe traga prazer, é possível fazer isso com coisas simples e práticas, como por exemplo, voltar a fazer uma atividade física, uma dança, uma tarde no salão, um cineminha, um café com a amiga, um banho demorado, um chá relaxante, um momento de leitura, uma caminhada na natureza, ouvir aquela música que lhe traga boas lembranças, um check-up médico, enfim busque se agradar, se conhecer, se cuidar e com certeza dessa forma você se sentirá mais prazer, bem estar e também mais saudável bio-psico-socialmente.
Nala Rizzo G. Alexandre
Psicóloga Clínica e Hospitalar
Atendimento Presencial e Online
Foco em Ansiedade
CRP:05/35288
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