Por trás do cuidado, existe uma mulher que também precisa ser vista

Compartilhe esse artigo com

Por trás do cuidado, existe uma mulher que também precisa ser vista

1. Um olhar para a sobrecarga visível e invisível.

Mãe, profissional, filha, amiga, dona de casa, empreendedora, esposa… são muitos os papéis que mulheres desempenham na sociedade diariamente. Com as transformações sociais das últimas décadas, elas ultrapassaram os limites do cuidado do lar e dos filhos e se lançaram no mercado, nos negócios e nos sonhos.

Em meio a tantas mudanças não cabe mais as mulheres serem as únicas responsáveis pelo cuidado, até porque o cuidar que é visto como um ato de amor, pode ser também um ato de esgotamento quando constante, unilateral e invisível.

Por trás de tanto acolhimento, refeições preparadas, noites mal dormidas, escuta ativa e resoluções sem fim, existe uma mulher com limites, sentimentos e necessidades. Este artigo é um convite à reflexão: quem cuida, também precisa ser cuidado. Porque a base de uma família saudável começa com o amparo emocional de quem exerce a função da manutenção do cuidado, hoje em sua maioria mulheres e mães.

WhatsApp Image 2025 04 15 at 11.01.18

2. O Papel da mulher no cuidado

Historicamente, o papel de cuidar recaiu sobre as mulheres. Desde cedo, aprendemos a cuidar do outro, a colocar as necessidades alheias acima das nossas Essa herança silenciosa se perpetua, vira crença e tornam-se grandes falácias: “Ela dá conta de tudo”, “mãe não adoece”, “ela faz melhor”.” — e assim as necessidades das mulheres ficam em segundo plano, mas o cuidado só é sustentável quando ele também retorna para quem o oferece.
E falta de olhar para o equilíbrio nas relações do cuidado nasce a carga mental — o planejamento, o lembrar de tudo, o antecipar o caos. Invisível aos olhos, mas pesada no corpo.
Segundo o IBGE (2022), as mulheres brasileiras dedicam, em média, 9,6 horas semanais a mais do que os homens às tarefas domésticas. E uma reportagem da Exame mostra que elas somam cerca de 61 horas semanais de trabalho não remunerado. Isso é economia invisível — e custa caro: saúde, tempo, identidade.

Alguém precisa cuidar para que tudo funcione, alimentação, cuidado com a casa, roupas, manutenção da casa, gerenciamento do lar, cuidado dos filhos, cuidado com os pais, pessoas que adoecem na família, até mesmo o cafezinho que é realizado no ambiente de trabalho.

A grande questão não é apenas a quantidade de horas dedicada, mas a quantidade de sobrecarga acumulada, pois essa é apenas uma das muitas parcelas de responsabilidades das mulheres. Enquanto elas cuidam de tudo… quem cuida delas?

3. Saúde mental e bem-estar da mulher cuidadora

Exaustão emocional, cansaço crônico e sobrecarga mental fazem parte da realidade de muitas mulheres. Ainda assim, o adoecimento é romantizado: “Ela é forte”, “ela aguenta”.
Mas ninguém deveria ter que aguentar tudo.
A saúde mental feminina — especialmente materna — precisa ser pauta urgente. E não como luxo, mas como pilar de uma estrutura familiar e social saudável.

4. A sobreposição de papéis: Mãe, Profissional, Parceira e Cuidadora

Ser tudo para todos tem um preço: perda de identidade, culpa constante, autocobrança.
Muitas mulheres se sentem insuficientes, mesmo fazendo o impossível. Empreendedoras que atrasam projetos por falta de rede de apoio, mães que atendem clientes com criança no colo, parceiras que tentam conciliar tudo…
É hora de olhar para a mulher por trás desses papéis e perguntar: ela tem espaço para ser apenas ela?

WhatsApp Image 2025 04 15 at 11.01.22

 

5. Autocuidado não é egoísmo, É necessidade

Autocuidado não é sobre spa ou silêncio absoluto. É sobre respeito aos próprios limites, direito ao descanso, tempo para si. Quando entendemos que cuidar de si é o primeiro passo para cuidar com mais presença, abrimos espaço para o equilíbrio. O autocuidado é o respiro que recarrega, é o colo que muitas vezes não chega de fora — e precisa vir de dentro.

6. Impacto do bem-estar materno na relação familiar

Crianças não precisam de mães perfeitas, mas de mães inteiras.
Quando a mulher cuidadora está bem, a família sente. O lar se torna mais leve, o vínculo mais forte, a convivência mais saudável.
O equilíbrio emocional da mãe não é apenas dela – ele reverbera: na casa, nos negócios, nos relacionamentos deixando-os mais saudáveis.

7. O papel da sociedade na valorização de quem cuida

Não dá mais para esperar que mulheres deem conta de tudo sem estrutura.
É responsabilidade coletiva construir condições reais de apoio:
• Políticas públicas que respeitem as mães e cuidadoras
• Ambientes de trabalho empáticos e humanos
• Redes de apoio que funcionem na prática, não só no discurso
Não basta romantizar o cuidado. É preciso sustentá-lo.

WhatsApp Image 2025 04 15 at 11.01.15

8. Conclusão e chamado à reflexão

Por trás da mulher que empreende, que cuida e que lidera, existe alguém que também merece ser vista e acolhida.
Não como heroína incansável, mas como ser humano completo. Que esse artigo possa abrir caminhos de reflexão, empatia e mudança. Que mais mulheres possam se reconhecer e dizer: “Eu também mereço cuidado.” E que, como sociedade, saibamos responder: “Sim, você merece.”

Precisamos sair do lugar do cuidado como responsabilidade dos indivíduos e ampliar essa responsabilidade para o âmbito social, porém enquanto isso não acontece, comece a se cuidar, saia do automático, respeite seu tempo, seus limites se priorize com mais frequência, delegue, e até mesmo ignore aquilo que não é sua responsabilidade.

Não podemos normalizar a exaustão como sinônimo de força. Precisamos validar as pausas, os pedidos de ajuda, os limites.

Você merece ser cuidada. Porque, quando uma mulher é cuidada, ela transforma tudo ao redor.

 

WhatsApp Image 2025 03 20 at 10.54.04

Fabíola Souza
Pedagoga – Especializada em Gestão de Pessoas

Whatsapp: 21 98716-7613
[email protected]
@fabisouza.maternarconsciente

  • Ainda não há comentários.
  • Adicione um comentário