AS EXPERIÊNCIAS PROFUNDAS COMO POSSIBILIDADE DE MUDANÇA

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O texto inicia-se com a seguinte pergunta: O que te afeta a partir de uma experiência significativa pode se transformar em habilidades socioemocionais?

Entender o que são as habilidades socioemocionais passa por três áreas importantes: ética, social e emocional.

A ética está relacionada ao agir construtivo em prol do bem comum. Nesta área fala-se em valores morais os quais são os princípios norteadores das ações pessoais nas interações com tudo e com todas as pessoas que fazem parte do mundo, tais como respeito, aceitação da diversidade, tolerância, liberdade etc.

A social tem ligação direta com o contexto que está fora da pessoa (o mundo externo) e como a pessoa vê e se relaciona, em todos os sentidos, com tudo e com todas as pessoas que estão no mundo. Então, refere-se aos pontos como: colaboração, entendimento de limites, cumprimento de regras, comunicação, gestão de conflitos interpessoais.

Já a emocional refere-se à conscientização de como lidar com as próprias emoções no dia a dia o que influencia intimamente na autoconfiança, autoestima, maneira como se vê no mundo, no entendimento do que é responsabilidade. É o que habita o seu mundo interno!

Portanto, as habilidades socioemocionais têm a ver com as capacidades desenvolvidas a partir da observação/percepção da mente e do corpo e da análise de experiências vividas e compartilhas.

Então, pode-se dizer que ao incluir na rotina diária práticas que proporcionem o desenvolvimento da observação/da percepção do corpo e da mente, como por exemplo a meditação da atenção plena – MINDFULNESS –, você adquire recursos pessoais nos quais se aprende a dar presença a todos os sentidos do corpo humano (visão, audição, paladar, olfato e tato) o que faz florescer uma postura de aceitação em relação ao que surge na mente. Ou seja, é dar atenção ao conteúdo mental, mas não gerando acúmulos que te desgastam fisicamente e emocionalmente e sim buscando diminuir a criação dos fantasmas e a “ruminação” que te afastam da realidade corpórea e te colocam em comportamentos julgadores na convivência – em resumo: é refletir sobre dar presença a você de forma integral para promover a autorregulação em todos os aspectos da vida.

Ao buscar ferramentas que te ajudam a observar/perceber que algumas coisas podem te afastar do lugar do meio (do equilíbrio mental e consequentemente físico e emocional), você passa a conscientizar-se sobre o que acontece contigo diante de uma situação agradável ou desagradável, isso significa que você passa acessar de forma mais natural os sentimentos e as necessidades que o momento presente está gerando em você e, consequentemente, a partir das experiências vividas você desenvolve uma sabedoria interna (autoconhecimento).

Sendo assim, com a prática da observação e da percepção do espaço e do tempo presente, a pessoa não se prende aos pensamentos. Em outras palavras, ela exercita a liberdade de escolha, que está disponível a todo ser humano, de dirigir a atenção – de forma responsável – para um outro lugar (sentimentos e necessidades) e não para os contornos mentais (os pensamentos).

Quando a pessoa tem maior percepção de si mesma, bem como de tudo e de todas as outras pessoas que se encontram no seu entorno, ela é capaz de enxergar a possibilidade de escolher o jeito como se apresenta e experimenta o momento presente – o exercício da auto-observação e a autopercepção viabiliza o acesso a um espaço e a um tempo entre as respirações (inspiração e expiração) que faz com a pessoa aprenda a não entrar na reatividade/no impulso. Pode-se dizer que é como fazer uma “musculação cerebral” que ajuda a reorganizar e a fortalecer a mente para que o indivíduo não responda de maneira automática aos estímulos emocionais, principalmente, que surgem em uma experiência profunda.

Entretanto, você deve estar se perguntando: o que tudo isso tem a ver com possibilidade de mudanças?

Bom, você conhece o aforismo “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo”?! É um escrito presente na entrada do templo de Delfos, construído em honra a Apolo, o deus grego do sol, da beleza e da harmonia. Esta frase já foi usada por muitos pensadores, como por exemplo Sócrates que foi um defensor do autoconhecimento.

Então, este texto segue o seguinte ponto de vista: falar sobre autoconhecimento está totalmente conectado às reflexões sobre relações interpessoais, sobre estar em sociedade, sobre a convivência de um modo geral. Porque para compreender o mundo externo se faz fundamental ter consciência de como funciona o mundo interno.

Estes dois mundos se confundem, até porque eles existem no mesmo instante. Ou seja, ao coexistirem, um não deixa de acontecer no aqui e no agora para que o outro aconteça neste espaço e tempo presente.

Porém, quanto mais a pessoa busca entender o processo de autoconhecimento (mundo interno) maior é a possibilidade de mudança da forma como ela enxerga e interage com tudo e com todas as pessoas que estão ao seu redor (mundo externo) no momento presente.

O autoconhecimento te ensina que a vida deve ser apreciada e cuidada diariamente, como também ensina a ter percepção das suas narrativas mentais – o que oportuniza você a não ser reflexo ou repetição da sua própria história, mas sim ser protagonista que constrói uma nova realidade a partir da sua história.

Isto também é promover uma Cultura da Paz!

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  • Bianca areias
    28/03/2022 às 21:24

    Adorei ! Parabens !

    • Fabiana
      29/03/2022 às 09:52

      Olá, Bia!
      Obrigada pelo carinho…
      Feliz por contribuir 🙏🌻

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